Escrito por Giba
Originalmente publicado em 03/12/2008
SILVINHA
(Sílvia Maria Peixoto)
Mariana MG 16/9/1951
Começou a cantar com o coral de músicas folclóricas organizado por sua mãe, professora de música em São João del Rei (MG), apresentando-se em rádios e programas culturais, por volta de 1963. Mais tarde, incluiu no repertório do coral músicas dos Beatles e de Rita Pavone, artistas dos quais gostava. Em 1965, a convite de Aldair Pinto, foi para Belo Horizonte (MG), para atuar no programa de televisão Programa só para Mulheres, seguindo dois anos depois para o Rio de Janeiro RJ, sendo lançada no programa do Chacrinha.
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Contratada pela TV Excelsior de São Paulo (SP), cantou durante algum tempo no Programa dos Incríveis, e logo depois passou a apresentar no programa de TV O Bom, do cantor Eduardo Araújo, com quem se casou. Ainda em 1967 gravou pela primeira vez, as músicas Vou botar pra quebrar e Feitiço de broto (ambas de Carlos Imperial), pela Odeon. No ano seguinte excursionou com show da Rhodia, cantando na Fenit, em São Paulo, e no Copacabana Palace Hotel, do Rio de Janeiro, além de outras capitais do país. Ao retornar foi contratada pela TV Tupi para voltar a
participar do Programa dos Incríveis, mas seis meses depois estava na TV Record. Gravou três LPs na Odeon, nos anos de 1968, 1969 e 1971. Contratada pela RCA Victor de 1972 a 1975, participou esse ano do show Pelos caminhos do rock ao lado de Eduardo Araújo, no Teatro Bandeirantes, de São Paulo, e gravou quatro compactos simples.
Em 1975 mudou para a gravadora Copacabana. Depois de alguns anos afastada dos palcos, Silvinha começou a fazer algumas vocalizações e backing vocals esporádicos em jingles e discos, até que, em 1978, a cantora que deveria gravar uma peça faltou, sendo Silvinha chamada para a substituição. A partir de então, passou a ser uma das cantoras mais requisitadas para gravação de jingles. Durante mais de 20 anos foi uma das vozes mais ouvidas no Brasil em campanhas para Mc Donald’s, Coca-Cola, Unibanco, Varig, entre outras. Há alguns anos Silvinha se afastou da publicidade e tem se dedicado, junto com o marido Eduardo Araújo, à sua gravadora, a Number One e em 2001 lançou o CD Suave é a Noite, com músicas românticas, além de diversos shows divulgando seu disco.
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Em minhas incursões musicais na net durante essa semana, tive a oportunidade de ouvir pela primeira vez o som desta ótima cantora. Foi-me uma grata novidade, pois infelizmente nunca havia ouvido falar nela, mesmo o álbum em questão tendo sido lançado em 1971! O álbum 'Silvinha' é o 7º lançado por ela e me causa certa estranheza ser tão desconhecido, pois é de grande qualidade. Logo a ouvir a primeira música, não tem como não se deixar levar pelo balanço setentista bem característico e pela voz peculiar, que por diversas vezes soa com um timbre muito parecido com a voz da Rita Pavone. A variação de estilos, os gritos (nada radical!), fazem um diferencial todo especial a obra. O instrumental é impecável e mesmo a gravação é muito boa. Um álbum de primeira, totalmente recomendado para quem quiser conhecer uma grande artista da música brasileira.
É uma pena ver como por diversas vezes em nosso país artistas são esquecidos no tempo, a Silvinha é um bom exemplo desse fato. Uma cantora que procurou seu espaço em uma época em que não era tão fácil para as mulheres ingressarem na carreira artística como hoje. Foi muito conhecida na época da Jovem Guarda, mas acabou se tornando cantora de jingles...
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Mas nunca abandonou a música! Seguiu sua carreira, gravando álbuns e fazendo shows até seu ultimo trabalho de estúdio no ano de 2001.
Infelizmente, Silvinha veio a falecer recentemente, em 25 de junho de 2008, vitimada por complicações decorrentes de um câncer de mama com o qual convivia há doze anos. Mas fica registrado uma homenagem a essa grande voz, que está imortalizada na história da musica nacional.
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